segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Colégio para quê?

Mesmo tendo somente oito anos, Estrelinha sabia que sua vida não podia ser somente ballet. Havia mais coisas que ela precisava se preocupar como, por exemplo, o colégio.

Ela sempre fora uma boa aluna. Mas essas últimas provas estão mais difíceis. Estrelinha, então, pensou em uma boa solução: parar de estudar por um tempo para se dedicar somente ao ballet.

Quando seu pai chegou em casa naquela noite, Estrelinha lhe chamou para uma conversa muito séria sobre seu futuro.

Disse que precisava estudar mais ballet. Ter mais tempo para se dedicar a isso e prometeu que quando for famosa e ganhasse muito dinheiro ela voltaria a estudar e daria uma casa grande para seus pais morarem.

O pai de Estrelinha sorriu e perguntou como ela iria aprender ballet sem saber ler e escrever corretamente? Estrelinha precisava aprender mais sobre as letras e também sobre os números.

Pensando bem, por mais que Estrelinha soubesse ler muito bem, ela não entendia muitas palavras que lia e sempre perguntava para sua mãe o que elas significavam.

Mas ela não desistiu tão facilmente de sua ideia e continuou a dizer ao seu pai que para dançar ballet ela não precisava saber ler.

E como ela irá conseguir entender as outras línguas do mundo se não entenderá nem a sua? Perguntou o seu pai com o sorriso no canto da boca, achando aquela conversa, no mínimo, engraçada.

Estrelinha finalmente entendeu que não tem como saber falar e ler outro idioma sem entender o seu. Isso é extremamente impossível!

E no outro dia, Estrelinha acordou cedo e foi para o colégio ao lado de seu pai como todos os outros dias da semana.

O rosa

Durante a aula, a professora de Estrelinha pediu a todos que escrevessem uma redação contando o que querem ser quando crescer.

Essa será uma tarefa muito fácil, afinal, Estrelinha sempre soube que quando crescer será uma bailarina famosa e irá dançar no mundo inteiro. Mas com essas mudanças em sua vida, Estrelinha percebeu que estava deixando de lado um pouco o seu aprendizado como bailarina… Como ela se tornaria famosa se não estava mais indo para as aulas?

Desde sempre ela sabe que precisava estudar para aprender. Com o ballet não seria diferente. Estrelinha precisa voltar a praticar o seu futuro!

Ao chegar em casa, depois desses confusos pensamentos e decidida a se impor, Estrelinha correu para a cozinha onde sua mãe terminava de preparar o almoço para perguntar o porquê não estava mais indo para as aulas de ballet. O que havia acontecido?

Mas antes que houvesse uma resposta, o seu irmãozinho chorou e sua mãe teve que ir acudi-lo.

Estrelinha não desistiu. Perguntou mais uma vez.

Sua mãe franziu a testa. Parecia que estava pensando em algo para falar e finalmente sorriu com a tranquilidade de sempre prometendo a Estrelinha que ela iria voltar para as aulas da professora Raquel amanhã mesmo.

Sentindo-se aliviada por garantir o seu futuro promissor, Estrelinha beijou a mãe, beijou o irmãozinho e correu para o quarto para ver se sua sapatilha ainda cabia no seu pé que estava sempre crescendo.

E coube! Parecia ainda mais bonita… Estrelinha, então se perguntou o porquê das sapatilhas serem cor-de-rosa. Mas logo veio uma resposta em sua cabeça: Porque as rosas dançam.

Quem precisa de heróis?

Quando pequenos achamos que super heróis existem. Só não aparecem pra nós porque estão muito ocupados protegendo o mundo inteiro. Quando começamos a perceber que eles não passam de personagens imaginários, deixamos de lado o mundo da fantasia e fairy tailse torna somente palavras em inglês.

Mas existem aqueles, um tanto quanto corajosos, que mesmo entendendo que aquilo vem da imaginação de alguém, acreditam que naquele mundo tudo é realmente mágico e continuam a admirá-lo da sua forma, do seu jeito simples ou extravagante, mas nunca abandonando o lado do cérebro onde a imaginação nunca pára.

O que mais intriga nessa história toda de passar da infância para “vida adulta” é percebemos que na infância admiramos o Superman e depois continuamos a admirá-lo, mas de outra forma. O kryptoniano passa a ser nossos pais, irmãos, tios, avós ou ídolos. Nós temos a necessidade de admirar alguém e no decorrer das fases de nossas vidas amadurecemos o nível de admiração: menos imaginativo e mais concreto. Ver alguém e querer seguir os seus passos nada mais é do que admirar um herói e querer se tornar ele, imitando-o nas falas e vestindo suas roupas. Crianças sempre estão na frente.

Todos nós temos heróis, super ou não.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Três mais mais um são três e meio


Aquela semana foi uma das mais confusas na vida de Estrelinha. O seu irmãozinho chegou dormindo tranquilamente no colo de sua mãe logo depois que Estrelinha havia voltado da escola. Ela tentou brigar com ele pelo fiasco ocorrido na noite anterior, mas não conseguiu. Ele era muito rosa e fofinho pra ela conseguir levantar a voz. Estrelinha havia descoberto um novo lado seu.

Ela já amava o seu irmãozinho quando ainda fazia sua mãe parecer um balão de ar, imagina agora que ela podia beijá-lo e abraçá-lo. Então, Estrelinha tirava o seu tempo livre pra seguir sua mãe e o seu irmãozinho que recebeu o nome de seu avô: João.

Estrelinha queria cuidar de Joãozinho e, por isso, sempre que dava pedia algo para sua mãe. Assim, ela o colocava no berço e Estrelinha podia cuidar dele sozinha, como uma mocinha. Uma vez a mãe de Estrelinha permitiu que ela segurasse o seu irmão no colo. Foi a primeira vez que Estrelinha percebeu que aquilo devia ser o significado de ser mãe de verdade. Desde então Estrelinha passou a tratar melhor suas bonecas.

Mas ter um irmãozinho tinha suas desvantagens também, o mundo não é feito só de coisas maravilhosas como pão de queijo e chocolate. Joãozinho exigia muito da mãe e Estrelinha acabava se sentido um pouco sozinha no meio de tantos choros e mamadeiras.

Foi quando Estrelinha descobriu que a sua família realmente ganhou mais um membro. Agora não era só ela, a mãe e o pai. Agora era ela, a mãe, o pai e mais o Joãozinho. Quatro membros do clube exclusivo da Estrelinha, ou melhor, três e meio. Joãozinho era muito pequeno pra ser um inteiro.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Twitto, logo existo

Acordo hoje com o celular tocando. Olho a temperatura pelo iPhone. Me visto e tomo café enquanto escuto meu iPod. Vou pro trabalho e no ônibus várias pessoas usam fones de ouvido.

Trabalho mais de oito horas na frente do computador e enquanto faço a minha pauta escuto música, fico de olho nos meu três celulares, twitto, leio noticias nos principais portais, discuto pelas redes sociais, leio as reações pelo facebook, visito o youtube, leio blogs interessantes, um momento, chegou mais e-mails.

Em pleno século XXI fazer apenas uma coisa é completamente impossível. O pc não pára nem os meus pensamentos.

Esse fenômeno não acontece somente comigo. A maioria dos jovens rendem muito mais no seu trabalho ou estudo quando estão fazendo outras coisas ao mesmo tempo: ouvindo música, ou se comunicando, ou lendo outros assuntos, ou fazendo tudo isso ao mesmo tempo.

Alguns estudiosos acredita que isso é prejudicial pois a facilidade de informação faz com que tudo precise ser rápido e quase que instantâneo para que continue existindo. Os jovens de hoje não sabem o que é ser paciente. Mas isso tudo é contraditório, afinal paciência já não existe há muito tempo. Não foram os jovens que excluiu isso do cotidiano, e sim a sociedade em geral. Ninguém quer ficar por fora e ninguém se cala. Essa é a verdade do momento.

O que interessa nisso tudo é onde iremos parar. Ou melhor, iremos parar? Não dá tempo. Impossível. Parar foi esquecido em épocas antigas junto com a paciência.

Parar é sinônimo de inexistência. Twitto, logo existo.

sábado, 20 de novembro de 2010

Irmãozinho chegando

Estrelinha acordou de madrugada com um grito da sua mãe. Será que o bicho-papão apareceu? Estrelinha sabia o feitiço certo para afastá-lo bem rapidinho: acender as luzes.

Ela correu para o quarto de seus pais se perguntando se o seu pai não sabia como afastar esse monstro assustador. Quando chegou viu sua mãe terminando de colocar um vestido com muita dificuldade e seu pai corria de um lado pra outro do quarto pegando carteira, chaves e resmungando alguma coisa.

-O seu irmãozinho tá chegando, querida. - disse sua mãe tentando manter a calma, mas seu rosto dizia ao contrário.

-Agora? Como ele é mal-educado! Ainda é de noite! Como ele quer vir para cá agora? - Estrelinha esta indignada.

Sua mãe deu outro grito e seu pai correu para a porta da casa.

Estrelinha não estava entendendo mais nada. Sua mãe não parava de gritar com expressão de quem acabou de levar um baita tombo de bicicleta e seu pai corria para a porta e voltava. Esse menino vai chegar agora? Quando a mamãe parece doente?

-Chegou! O táxi chegou! - seu pai gritou correndo para o rumo de sua mãe.

-Finalmente! Vou brigar com ele agora mesmo. Como irmã mais velha, devo dar uma lição nele por chegar aqui agora.

A avó de Estrelinha entrou em casa e abraçou a mãe de Estrelinha.

-Estrelinha, fique aqui com a vovó. Eu e a mamãe vamos pro hospital. Voltamos logo, ta?

Hospital? Como assim? Mamãe estava tão mal assim que o papai tinha que ir pro hospital com ela? E o irmãozinho? Não estava chegando?

Antes que Estrelinha pudesse perguntar alguma coisa a porta de casa já tinha se fechado e a vovó já havia mandado ela voltar a dormir.

Dormir... Sei... Como se ela fosse conseguir tal proeza nessas circunstancias.

Estelinha voltou para a sua cama com a cabeça mais confusa que quebra-cabeça desmontado e logo adormeceu.

sábado, 19 de junho de 2010

Um ponto para a Disney

Pela primeira vez na vida tive vontade de ter um controle de PlayStation 2 no cinema.

Ao assistir Prince of Persia: The Sands of Time no cinema tive a sensação única de estar assistindo ao CG (Computação Gráfica) do jogo Prince of Persia numa tela de aproximadamente 14 metros de altura por 21 metros de largura. Indescritível.

Na história do filme o Prince tem nome, chama-se Dastan (Jake Gyllenhaal), e após uma invasão ao país visinho ele encontra uma adaga do tempo que deve ser protegida pela princesa Tamina (Gemma Arterton) e entregue aos Deuses para que não ocorra uma catástrofe.

O filme que estreou no Brasil dia 04 de Junho de 2010 chegou a arrecadar R$ 4 milhões ao levar mais de 400 mil pessoas ao cinema na primeira semana de exibição, ficando na frente de Fúria de Titãs (o que não deve ser uma surpresa para ninguém).

A Walt Disney Pictures acertou em quase tudo nesse filme. Os atores foram muito bem escolhidos. Jake Gyllenhaal ficou muito parecido com o personagem do jogo que deu origem ao filme, além de ter a Gemma Arterton, uma atriz linda que possui presença nas telas.

Em relação à direção, não tem o que falar de Mike Newell ao lembrarmo-nos de filmes marcantes que dirigiu como Quatro Casamentos e um Funeral (Four Weddings and a Funeral) e O Sorriso de Monalisa (Mona Lisa Smile).

Bons atores, boa direção, boa trilha, bom figurino, bom roteiro e, acima de tudo, excelente fotografia e edição. O filme é recheado de sequências onde a movimentação da câmera junto com a edição e fotografia deram um ar de jogo, justamente o tempero que o título precisava para agradar gregos e troianos.

O que diferencia esse de outros filmes feitos com estórias adaptadas de jogos é que Prince of Persia é, realmente, um filme adaptado de um jogo, trazendo aos espectadores toda a essência da mídia como no desenrola da estória e nos movimentos de câmera.